1 de mar. de 2011

Parabéns à Cidade Maravilhosa

 

  Nunca tive vontade de conhecer o Rio de Janeiro, não sei por que, talvez seja aquele preconceito idiota e sentimento de superioridade que nós paulistanos temos. Certo dia decidi sair de minha zona de conforto e aceitar o convite de minha tia para conhecer o Rio, detalhe, a cidade passava por um surto de dengue.
  Embarcamos no ônibus por volta de 11 horas da noite, entre uma cochilada e outra desembarcamos na Rodoviária Novo Rio (antes da reforma). Comprei um jornal, tomamos café por ali mesmo e pegamos um coletivo até o centro, que por sinal é igualzinho o centro de São Paulo.  Como era muito cedo e estávamos esperando um amigo para nos apresentar a cidade decidimos caminhar pela redondeza, conhecemos a Igreja da Candelária e o Museu Histórico Nacional, ambos por fora, infelizmente.
  Nosso “guia turístico” chegou e de cara nos levou para conhecer o Aeroporto Santos Dumont, logo depois fomos conhecer  o Cristo Redentor e  comecei a entender o apelido da cidade. O cristo é apenas uma estátua grande em cima de um morro, em Caieiras tem uma parecida, com menos marketing, entretanto a visão que temos da Zona Oeste, parte da Zona Norte e Zona Sul são espetaculares.
  Um pouco mais tarde conhecemos os bairros de Botafogo, Flamengo, as Laranjeiras e a Urca (Onde ainda vou morar). Tirei um breve cochilo no carro e quando vi estava na Av Nossa Senhora de Copacabana, paramos para almoçar numa churrascaria e dali fomos até a Avenida Atlântica, seguimos por toda sua extensão, entramos na Rua Francisco Otaviano e chegamos na Vieira Souto, em Ipanema (se não der para morar na Urca, posso ficar em Ipanema) seguimos por ela, cruzamos o Leblon até a Avenida Niemeyer e finalmente chegamos à Barra da Tijuca, lugar surreal. Mas o melhor ainda estava por vir, a praia de Grumari era até então a praia mais bonita que conheci, até conhecer Lopes Mendes um ano depois na Ilha Grande.
  Voltamos para Copacabana, nos despedimos dos amigos e demos entrada no Hotel. No outro dia acordamos bem cedo para dar um mergulho no mar, seria muita burrice ir ao Rio e não entrar naquele mar lindo. Conheci Carlos Drummont,gente boa, perguntei por que ele fica de costas para o mar e ele me respondeu que não gosta da natureza pura e sim da natureza humana. Depois fomos ao forte de Copacabana e para a pedra do Arpoador.
  Retornamos ao hotel, almoçamos no bar de um botafoguense fanático na esquina da Rua Domingos Ferreira com a Rua Santa Clara. Mais tarde fomos ao Maracanã, tinha Fluminense x Botafogo, quase entramos no estádio, mas voltamos para o hotel para descansar um pouco. Pela noite demos uma volta pelo calçadão de Copacabana e fiquei com inveja da qualidade de vida que se pode ter por ali, pessoas praticando exercícios físicos outras jantando nos quiosques, em outras palavras, vivendo.
   No outro dia acordamos cedo, a tarde tínhamos que voltar à São Paulo, arrumamos nossas malas e ainda assim sobrou tempo para eu dar  meu ultimo mergulho. Infelizmente não conheci a Lapa, não fui a nenhum teatro ou cinema, conheci o bastante para saber que não vale a pena perder em média três horas por dia dentro de um coletivo ou preso nos engarrafamentos da Marginal Tietê ou Pinheiros com nariz escorrendo por causa da renite e com os bolsos cheios de papel higiênico molhado, preferia passar esse tempo jogando bola com meu filho a beira mar ou andando de bicicleta com minha esposa.
...
  Antes que me perguntem sobre a dengue, violência e se não fui à nenhuma favela.  Não vi nenhum mosquito transmissor da doença e muito menos tiro, não conheci o Pão de Açucar poís é muito caro, também não quis conhecer as favelas por que já conheço as de São Paulo, é só olhar pela janela de minha casa. Essa história de ir ao Rio e conhecer favela é coisa de gringo.


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