21 de set. de 2011

Uma conversa com os orgãos


Jomildo é um senhor de 79 anos, bom baiano de Pindobaçu, que segundo o Google Earth fica a 382 quilômetros de Salvador, é um típico senhor aposentado que quando jovem veio para São Paulo em busca de trabalho e uma vida melhor, assim foi feito. Hoje ele tem sua casa própria, onde vive com sua esposa e com os três filhos, dois deles já estão na universidade.
Jô, como é conhecido em seu bairro já teve problemas de saúde devido aos anos dedicados ao consumo excessivo de álcool, hoje ele bebe apenas uma vez na semana, de preferência nas sextas. Geralmente aos sábados, pela amanhã, ele acorda com uma tremenda mijadeira, quem toma umas geladas sabe do que estou falando. Alguns familiares dele o chamam de louco, pois nessas mijadeiras ele costumeiramente conversa com seu pênis que é carinhosamente chamado de jozinho.
- É meu caro jozinho, passamos por boas nesses anos heim? Como se esquecer de nossas aventuras no interior da Bahia? Lembra da Odete, aquela loira deliciosa de corpo escultural, fomos os primeiros a perfurar ali. E a Romilda? Crioula igual aquela não existiu nessa terra, impossível, lembra? Que belo par de bundas. E daquela vez que viemos para São Paulo pela primeira vez? Lembro-me até hoje, aquele apartamento pequeno ali na Liberdade, pegamos aquelas duas irmãs de japonesas ao mesmo tempo, jamais esquecerei. Mas mulher de verdade foi a veia, ela tem o fogo de trina anos atrás, por isso estamos com ela até hoje e você é prova que depois da veia não houve outra. Hoje estamos velinhos mas...
Entre uma respiração e outra, Jômildo soltou um sonoro peido.
- E você fique quieto que ninguém te chamou na conversa.