25 de fev. de 2011

Cabral Pega Aqui no Meu .... Pé !

(publicado no dia 13/01/2011)


DO UOL
"Mortos em chuvas no RJ já são mais de 380; Sumidouro também registra vítimas

  As chuvas que atingem a região serrana do Rio de Janeiro já mataram mais de 380 pessoas até as 13 horas desta quinta-feira (13), segundo informações das prefeituras de Petrópolis e Teresópolis e também do comando do Corpo de Bombeiros no Estado do Rio. Nova Friburgo, segundo a Agência Estado, é a cidade até o momento mais atingida pela destruição, com a soma de ao menos 168 vítimas -- entre as quais, três bombeiros. Em entrevista ao UOL Notícias na cidade, contudo, o comandante do bombeiros no RJ, Pedro Machado, estima que há pelo menos 160 corpos no necrotério improvisado na praça Getúlio Vargas, região central. O local está preparado para receber 400 corpos."
Com informações de Fabíola Ortiz, em Nova Friburgo, Especial para o UOL Notícias




  Assustado com as noticias dos desastres nos últimos dias no Rio de Janeiro, Sérgio Cabral deixou Nova York o mais rápido possível e pegou um vôo direto para a capital carioca. O Governador estava nos Estados Unidos ministrando palestras sobre táticas de guerra urbana. No avião ele e seu assessor, Magno, acompanham as noticia dos recentes deslizamentos alucinadamente, sem sombra de dúvidas, esse estado de alucinação foi incentivado pelo apresentador do telejornal que além de gritar muito, vibrava como um gol em final de campeonato cada morte registrada.

  Magno, um rapaz alto, moreno de sol, muito comunicador, trabalhou por anos como bicheiro e saboreava uma taça de Romaneé Conti, em outras épocas, a bebida mais cara que havia bebido foi um conhaque Domus no bar do Miranda em Rezende.
  Sérgio Cabral queria chegar o quanto antes para poder colocar sua cara na mídia, afinal a opinião publica estava cobrando a presença do Governador.
- Será que chegamos antes de ter 401 presuntos? Disse Cabral seguido de um breve e abafado arroto.
- Por que a pergunta? Disse Magno espantado.
- Não gosto de números fechados.
- O Sr está torcendo pela morte dos coitados do morro?
- Não necessariamente, porém, eles já estavam avisados que aquelas regiões virariam uma cachoeira de lama, fica como castigo.
  Magno largou a taça no compartimento sob a poltrona do avião, olhou pela janela por um instante e retrucou:
- Eu sei que o Sr não gosta de pobres, mesmo assim, desejar a morte é grave demais, muitos deles não tem e nunca terão condições de morar na zona sul.
- Legal essa sua visão politicamente correta, sei que foi pobre durante anos, mas agora você está do lado de cá, mas se quiser voltar a beber pinga barata e azeitonas velhas, não tem problemas.
  Visivelmente irritado, Cabral continua:
- E outra, quando você dirigir algum cargo público, o que é impossível, saberá o que é densidade demográfica, o que é orçamento público, verbas de escola. Quanto menos pessoas, mais o Estado economiza. Imagine que o Rio é sua casa, você recebe teu salário, esse dinheiro sustenta tua família, se tua família aumentar você terá mais gastos, é assim que funciona, cara. Por que você acha que de tempos em tempos acontecem guerras? Justamente para diminuir a densidade demográfica, abra seus olhos!
  Magno pegou a taça sob o banco e bebeu o resto de vinho, olhou mais uma vez pela janela, viu que a aeronave se aproximava do Aeroporto Santos Dumont e perguntou assustado:
- Por que estamos descendo aqui? Não tínhamos que ir para Teresópolis?
  Cabral sorri levemente e responde:
- Nós vamos à Teresópolis, mas primeiro vamos assistir a apresentação do Ronaldinho Gaúcho.

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