24 de fev. de 2011

Rua Augusta




(Publicado dia 08/03/2010 no antigo blog )

 
  A Rua Augusta é uma das principais vias de São Paulo ela liga o Jardins até o centro, a rua concentra um grande fluxo diário de veículos e pessoas. Em todo seu comprimento, algo em torno de 3 km, a rua cruza com inúmeras vias fundamentais para a circulação da cidade, por exemplo, Oscar Freire, Alameda Santos e Avenida Paulista.
Outra coisa que chama muita atenção na rua é quantidade de recintos para o lazer, como, teatros, danceterias, clubes de musica, restaurantes, cinemas, pubs e prostibulos, enfim, diversão para todos os gostos.
  Historicamente a Augusta sempre foi famosa por essa infinidade de opções de diversão para os paulistanos. Isso começou nos anos 60, o local representava para os jovens da época glamour e diversão, como é bem ilustrada na musica Rua Augusta de Raul Seixas.
  Com o passar do tempo o local se degradou, drogas e prostituição eram coisas normais, a Augusta era point de viciados, os assaltos eram cada vez mais comuns e na década de 90 essa deterioração chegou ao seu limite.
  Na virada do século, alguns empresários, da época da jovem guarda, decidiram abrir um club de rock, a investida deu muito certo e não demorou para que outras casas de shows brotassem no local.
  A Augusta voltou a ser um lugar de diversões, assim como na década de 60, tomar uma cerveja gelada e ouvir bom Rock in Roll era o que os jovens buscavam, inclusive eu. Passar horas nos bares jogando sinuca e depois entrar em algum club para ouvir qualquer banda tocar era quase obrigação dos fins de semanas.
  De uns 3 anos para cá a rua Augusta, perdeu o encanto, hoje o lugar  virou ponto de encontro de descoladas , os famosos cool. Geralmente são pessoas de classe média para cima, ficam sentados de pernas cruzadas em cafeterias tomando capuccino, com camisetas de Che Guevara e debatendo sobre revoluções ou sobre cinema escandinavo.
  Eu bem que tentei voltar ao local, mas essas mudanças serviram apenas como repelente, não consegui me adaptar com calças coladas, chapéus, Radiohead, pose de intelectual, franjas e com garotas anoréxicas. Se você não consegue imaginar o tipo de pessoa que freqüenta a Augusta hoje, ligue agora na MTV.
  Gostaria muito que a Rua Augusta voltasse ao seu velho tempo, onde era possível ficar tranqüilo em um bar, pagar apenas R$3,00 na cerveja, sem nenhum hippie ou poeta para atravessar minhas conversas e na hora de ir embora eu pudesse descer a rua sem tropeçar em nenhuma patricinha bêbada.

  PS¹: Não é que não gosto de revoluções, só acho que andar com camisetas do Che Guevara não é revolução.
  PS²: Não sou pão duro, só acho injusto pagar R$ 5,00 em uma garrafa de cerveja

Nenhum comentário:

Postar um comentário